Sento à mesa para o jantar e espero este ser servido. Ed se aproxima e sussurra em meu ouvido.
-Amanda falou alguma besteira? -Balanço levemente a cabeça negando. -Ótimo, é bom que ela continue assim.
-Então Angel, você trabalha, estuda, o que faz da vida? -A mãe de Ed me pergunta.
Fico sem saber o que dizer.
-Neste momento ela está ajudando a tia, ela mora longe daqui, em Hertfordshire. A tia já tem uma certa idade e precisa de ajuda. Não é Angel?! -Olho para ele e depois para os outros.
-Sim, estou dedicando esse tempo a ela. A coitada só tem a mim e o meu primo, que é um homem ocupado e não pode deixar o trabalho.
-Então é por isso que o Ed não passa tanto tempo em casa. -Ela vira para o marido. -Descobrimos a razão. Achamos que você estava ajudando o Chad, você está sabendo não é meu filho que ele sofreu um acidente e está paraplégico?
-Sim estou, já fui visitá-lo no hospital.
Será que o Chad comentou algo sobre a sua acompanhante no carro? Penso.
-Sinto muito o que aconteceu com ele, mas só posso dizer que do jeito que ele ia não tinha outra maneira. -Acrescenta Ed.
-É mesmo, beber e dirigir é nisso que dá. -Ed e eu olhamos sem entender para a mãe dele. -Ele estava bêbado no dia do acidente, a própria mãe me disse.
-Eu não sabia dessa parte. Ele não me falou nada.
-Talvez por vergonha meu filho.
O jantar então começou a ser servido e todos nos deliciamos. No fim fomos todos para a sala de estar e ficamos conversando um pouco sobre a minha vida. Ótimo, do jeito que adoro, ser o centro das atenções. Menti muitas vezes e em outras apenas omiti, mas era necessário, eu não queria assustar os pais do Ed com meu passado.
Ed olhou no relógio e viu que já estava tarde.
-Preciso levar a Angel para o hotel em que ela está hospedada.
Nós nos levantamos e nos despedimos deles, até então eu achava que tinha causado uma boa impressão, mas no momento em que abracei a mãe do Ed meus receios me mostraram que eu estava certa.
-Sei bem que tipo de garota é você, pode apostar que não vou te deixar atrapalhar o futuro brilhante que planejei para o meu filho, sua vadiazinha. -Ela sussurrou em meu ouvido enquanto estávamos abraçadas.
Antes que eu pudesse responder ela soltou do nosso abraço e me fulminou com o olhar, mas com um sorriso no rosto.
Eu queria sair logo dali, antes que ela me atacasse ou algo assim.
Quando entrei no carro fiquei sem saber o que dizer, ela deu tanta ênfase no “vadiazinha” que acho que ela já sabia o tempo todo que eu fui uma prostituta.
-Viu, não foi tão mal, eu sabia que você ia se dar bem. -Ed disse sem saber dos detalhes finais.
-Pois é, você sempre tem razão. -Disse sem graça.
Ótimo, em um jantar ganhei duas inimigas, uma decidiu não se mostrar ainda, enquanto a outra não tem medo de ser mostrada, qual das duas eu devo ter mais medo?
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