Capítulo 15
O sol ilumina o meu rosto, não há jeito tenho que levantar, ando até o banheiro e faço xixi. Prendo o meu cabelo em um coque e vou pegar algo para comer, deve haver algum resquício da última compra que fiz.
Abro o armário e vejo um saco de biscoitos, eles já perderam o gosto, mas vão servir para me alimentar.
Ouço um barulho na porta e vou abrir, só então lembro que estou sem roupa, mesmo sabendo que é a Feist decido vestir uma calcinha e uma blusa, só pra não chocá-la logo de cara.
Ela bate na porta de novo e grito:
-Pode entrar tá aberta. –Termino de vestir a blusa quando ouço a porta se abrindo.
É uma blusa velha de um cliente meu que me deu como uma lembrança dele, não sei bem porque ele fez isso, mas serviu para algo hoje.
Viro-me e vejo Ed parado olhando para mim, minhas bochechas ruborizam só de pensar que quis atender a porta pelada. Minha mente, ainda sonolenta, demora a processar o fato de tê-lo na minha casa... Ele veio.
-Eu vim te busca para irmos em busca do seu passado. –Ele diz brincando. –Acho que cheguei cedo demais. Não sabia a hora que você ia acordar, então decidi sair de casa assim que acordei.
-Não, tudo bem, eu já estou pronta. –Olho para a minha roupa e coço a cabeça. –Quer dizer, quase pronta. Só vou trocar de roupa, é rápido. –Entro no banheiro e pego uma roupa não muito vulgar para sair. –Pronto, agora estou realmente pronta. Nós podemos ir.
-Ótimo, você está bonita. Apesar de eu ter gostado mais do outro modelo. –Ele ri de um jeito charmoso e me faz ficar vermelha. –É melhor nós irmos logo.
Ele veio, de verdade, não é um sonho. Ele não tem vergonha de mim, pelo contrário, quer realmente ser meu amigo.
Amigo.
Por que essa palavra soa tão estranho?
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