Capítulo 3
-Então, quanto conseguiu faturar? –Feist me pergunta, ela é assim direta, pois não temos tempo para enrolação.
-150, e você? –Ela retira um rolinho de dinheiro da calcinha e conta.
-260. Ainda estou na frente colega. –Ela ri e solta uma baforada de cigarro na minha cara.
-Você sabe que isso aqui não é uma competição. –Guardo o dinheiro na minha calcinha e pego o cigarro da Feist, dou uma leve tragada e devolvo. –Só quero conseguir um dinheiro legal para que no final eu consiga pagar as contas e quem sabe comprar algumas gramas daquilo.
-Vai com calma na cocaína amiga. Não é coca-cola. -Ela ri da sua própria piada. -Você não acha que já está ficando viciada nessa merda? –Feist às vezes se comporta como uma mãe protetora, mas seus atos não são nada parecidos com os de uma mãe. Assim como eu, ela é uma garota de programa, que é paga para dar prazeres aos homens mais imundos e nojentos da cidade.
-Como posso não ficar viciada se o que há ao meu redor é isso? –Mostro as outras garotas fumando, bebendo, com cachimbos de crack e saquinhos com pós brancos. –É isso o que precisamos para aguentar a barra da nossa rotina de trabalho, e você não pode me julgar, pois sei que usa essa merda também.
-Uso e não nego, mas acho que você é muito nova para estar envolvida com essas coisas. Angel, vai com calma. –Um carro para na esquina e buzina. –Deixa eu ir atrás desse. Tem cara de quem vai querer apenas um sexo normal e rápido, a esposa deve estar em casa cuidando das crianças e não dá atenção a ele.
-O.K. Vai lá psicóloga.
As pessoas podem olhar torto para a minha história, uma garota de programa viciada, mas sou mais que isso, pelo menos espero ser mais que isso.
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