Capítulo 26
Chegamos na minha casa e Ed me deita na cama. Ele olha em volta e vai na “cozinha”, um pequeno vão onde guardo os alimentos, há apenas vestígios da minha última feira. Se é que posso chamar aquilo de feira. Apenas algumas bolachas, massas e só. É não me preocupo muito com dieta.
-Nossa, eu vou ter que comprar algumas coisas pra você hein. Precisa se alimentar, as comidas que tem aqui não são nada saudáveis. -Ele senta na beira da cama. -Mais tarde quando eu vier de vez eu trago suprimentos, agora eu vou ter que ir para a faculdade, onde a Feist mora? -Digo a ele. -Ótimo, vou chamá-la e deixá-la cuidando de você, até mais tarde.
Ele faz exatamente o que disse. Feist faz todo um drama ao meu ver machucada, explico a ela milhões de vezes o que aconteceu e tenho medo de algumas reações suas, às vezes ela chora de raiva, outras vezes diz que vai matar o homem que fez isso. Pede para eu descrevê-lo, pois caso ele passe lá novamente na praça ela vai arrancar seu pinto fora.
O tempo vai passando e quando vejo já é noite. Ed chega e Feist se despede de mim.
-Foi rápido não foi? -Diz ele com várias sacolas em suas mãos. -Trouxe várias coisas para você. Coisas nutritivas, trouxe verduras, frutas, sopas, sucos e outras coisas.
Ele deixa tudo em cima de uma mesinha e vem sentar na cama.
-Como está se sentindo?
-Bem, o nariz não doí mais, Feist me fez tomar os remédios direitinho, estou ótima. -Dou um sorriso para ele.
Vejo quando seus olhos seguem para a mesinha próxima a minha cama. Ele olha especificamente para a cocaína. Seu rosto fica sério e fico com vergonha e medo do que vem por aí.
-Você usa isso? -Ele pergunta sem olha para mim, com os olhos fixos na droga. Digo que sim. -Quando foi a última vez que usou? -Digo que foi antes de conhecê-lo.
Ed se levanta e pega o saquinho com cocaína.
-Você não precisa mais dessas coisas, a partir de hoje eu não vou mais deixar você usar isso.
-Desculpa. -Abaixo a cabeça envergonhada.
O poder que ele tem sobre mim é incrível. Eu sempre usei a cocaína e levei broncas da Feist, mas as broncas dela nunca me atingiram, mas com o Ed é diferente, bastou apenas um olhar dele para eu me sentir a pior pessoa do mundo por usar isso.
-Não precisa se preocupar, sei que os exemplos da rua foi que te influenciaram para isso, mas estou dizendo que não quero mais ver você usando essas coisas.
Ele deita ao meu lado na cama e me abraça. Puxando minha cabeça para o seu peito, acaricia o meu cabelo e sinto uma vontade de beijá-lo.
-Sabe, eu estava pensando em te levar para conhecer os moradores da mansão amanhã. Como não está mais sentindo dor acho que não tem problema. -Olho rapidamente para ele.
-Sério? -Ele confirma com a cabeça. -Isso é tudo o que mais quero na minha vida. Adoraria ir amanhã.
-Então nós vamos. -Ele me abraça mais forte. -Agora dorme e descansa, não precisa se preocupar, pois estou aqui para te proteger de qualquer coisa.
Então vou adormecendo com a cabeça em seu peito e a mente em seu coração.
De madrugada acordo e ouço o Ed ressonar, me aperto ainda mais em seu peito. É diferente de dormir com outros caras, não há nenhuma maldade aqui, nós estamos apenas dormindo e o Ed não parece se incomodar com isso. Ele me respeita, coisa que os outros nunca fazem, por isso que estou apaixonada por ele.
Sim, eu admito, estou apaixonada pelo Ed. Não há mais como negar.
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