Capítulo 28
Olho o papel com o endereço e confirmo que é onde estamos.
Uma casa de primeiro andar, um pouco menos luxuosa que a mansão da minha lembrança, mas é um luxo perto da que moro. Minhas pernas começam a tremer e Ed me dá um suporte. Ele acaricia o meu ombro e vai me tranquilizando com palavras.
-Não precisa se preocupar, estou aqui.
-E se eles não morarem mais aí? -Ed ri.
-É impossível, não lembra que a senhora falou com os donos? -Confirmo, é mesmo, ele tem razão.
Nós tocamos a campainha e esperamos, uma voz suave e tranquila fala pelo interfone.
-Como posso ajudar?
Ed conta que é o sobrinho de Charlotte e que queria entrar para conversar com eles. Também menciona que está com a sua namorada. Tudo como Charlotte havia dito.
Os portões se abrem e nós entramos, olho para a minha roupa e sorrio por ter escolhido uma roupa que não mostre o que sou.
Nós esperamos em frente a porta e dou um sorriso para o Ed, ele retribui. Estou realmente feliz por ele estar ali, pelo que vai acontecer, por tudo.
Um homem abre a porta, ele bonito, alto, tem cabelos castanhos que caem sob seus olhos, bonitos olhos claros. Ele me olha fixamente e por um instante sinto que o conheço, mas logo depois isso passa.
-Podem entrar minha mãe está esperando vocês na sala.
Ao ouvir a palavra mãe a primeira coisa que penso é que ele pode ser o meu irmão, se essa senhora for realmente minha mãe. Aperto a mão do Ed e ele acena levemente com a cabeça, talvez pensando a mesma coisa que eu.
O homem vem nos seguindo até a sala.
Apresentamo-nos a dona da casa, minha possível mãe, vamos conversando sobre a casa em que ela morou e tentando chegar ao meu assunto aos poucos.
-Minha tia estava dizendo que quando vocês moraram lá houve um desaparecimento, algo assim não foi? -A mulher abaixou a cabeça.
-Eu não sabia que Charlotte já sabia. Tentei evitar ao máximo que a história vazasse por aí, foi uma perda muito grande, toda a minha família sofreu. -Lágrimas ousaram cair mais não deixei. -Nós passamos vários anos procurando-a, mas não valeu de nada, pois nunca a achamos.
-Ela era sua filha? -Ed pergunta.
A mulher olha para mim com os olhos cheios de lágrimas e fixa o olhar em meus olhos. Ela pisca várias vezes e depois faz uma cara de surpresa.
-Você não é sobrinho da Charlotte não é? -Ed confirma. -Quem são vocês?
O filho da mulher fica tenso e esperando que os ataquemos ou algo assim.
Levanto-me e deixo as lágrimas saírem finalmente.
-Eu sou a sua filha! A garota desaparecida.
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