Abri os olhos e estava em uma sala toda iluminada e com algumas pessoas ao meu lado, mas um cabelo ruivo de destacou na paisagem branca do quarto de hospital. Ed estava sentado ao meu lado, em meu braço alguns tubos pendiam e pude ver um soro em cima da minha cama.
-Bom dia Bela adormecida. -Ele brincou e me deu um sorriso como presente. -Eu já estava ficando preocupado com você. Os médicos tiveram trabalho para fazer o curativo do seu nariz, ele foi deslocado. A polícia apareceu aqui também. -Então eu fiquei tensa. -Disse a eles o que sabia e eles disseram que iriam voltar para te interrogar.
-Não quero falar sobre isso com a polícia.
-Sei que você deve estar com medo e tudo mais, mas não precisa se preocupar, eles vão fazer perguntas para te proteger desse canalha. Ele merece ser preso, não se faz isso com mulher nenhuma, com ser humano nenhum. -Seguro a mão dele e sorrio.
-Não sei o que fiz para merecer alguém como você. Acho que você já deve estar cansado de ouvir os meus agradecimentos, mas enquanto você continuar a ser essa pessoa que você é, eu vou ter que continuar a agradecer. -Ele abaixa a cabeça e esconde que está envergonhado. -O que houve?
-Eu estava pensando isso antes de você acordar. O que eu havia feito para merecer alguém tão especial como você na minha vida? -Dou um suspiro de sarcasmo. -É sério, você pode não perceber, mas é muito especial para mim. Eu até estava esperando você acordar para falar algo…
-Olha só, vejam quem acordou. -Um homem de cabelos negros e enormes sobrancelhas falava atrás de Ed. Olhei sua roupa e vi que era médico. -É bom ver que já está bem, você chegou num mau estado aqui. -Ele diz para mim, às vezes fazendo caretas estranhas enquanto fala. -Nós agora vamos fazer alguns exames em você para ver como está e se caso estiver bem, já pode voltar para casa hoje mesmo. -Uma boa notícia afinal.
Faço todos os exames e aguardo o resultado tranquilamente quando um policial se aproxima da minha cama e já sei o que ele quer saber. Ele se apresenta e fala a que veio, minhas pernas começam a tremer e não sei o que dizer.
-Eu só queria que você comentasse como o seu cliente era, com o que ele te atingiu, como foi. Apenas isso. Não precisa se aprofundar muito, pois sei que o trauma foi grande.
-Foi a primeira vez que fiz programa com ele. -Vou contando tudo, apenas excluindo a parte de que esse cliente é o Chad, melhor amigo do Ed.
Não quero magoá-lo e não quero o Chad vindo atrás de mim por causa disso.
-Não lembro direito do rosto dele, poucas coisas me são claras. -Faço uma descrição qualquer e o policial agradece e vai embora.
-Viu nem doeu. -Ed brinca. -Isso era importante.
-Já fiz, acabou, não precisamos mais falar sobre isso. -Digo um pouco rispidamente.
Minutos depois o médico chega e me dá alta. Respiro aliviada.
-Vem, vou te levar para a minha casa. -Ed diz e então paro no meio do caminho.
-Como assim a sua casa?
-Minha casa, onde moro com meus pais. Ou você acha que eu realmente ia deixar você voltar para aquele seu apertamento? Nada disso, você precisa de cuidados. -Olho dentro dos olhos dele e falo.
-Ed, não vai ter como eu ficar na sua casa, não vou me sentir bem perto de pessoas chiques, não sei me comportar como uma lady, seus pais vão brigar com você por estar levando pessoas sujas para casa. Não quero isso. Só é me levar para casa. -Ele olha para mim e vê que estou desesperada por isso.
-Tudo bem, mas tem uma condição. -Pergunto qual. -Vou passar esses dias lá com você. Não vou deixar você sozinha, não enquanto esse cara ainda está aí, fora que você vai precisar da ajuda de alguém.
-Tem a Feist.
-Mas ela trabalha a noite. -Então ele está certo.
Não tem o que discutir, e na verdade, eu nem quero discutir.
d vai passar alguns tempos na minha casa… Peso a ideia e vejo que a balança vai direto para o peso bom das coisas, não tem como ser ruim.
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