Capítulo 31
Já é manhã e ver a luz do sol me traz um sorriso no rosto, o Ed vem me ver hoje. Ele passará 2 horas na estrada só para me ver. Então fico pensando, será que ele gosta de mim do jeito que gosto dele, ou é apenas amizade, como foi desde o início para nós dois?
Visto-me e vou tomar café da manhã. Tadeus e Tia Helena conversam comigo, sempre me contando coisas do meu passado na esperança que lembre de algo, mas ainda estou na estaca zero.
-Não tem problema, você só passou um dia conosco. Essa semana mesmo eu vou organizar os seus documentos, fazer o exame de DNA e todas essas burocracias. -Ela diz. -Só não precisar se preocupar, pois não preciso de um exame para saber que minha sobrinha está viva e bem aqui na minha frente.
Seu sorriso é acalentador e me faz sentir como se estivesse em casa, mas realmente em uma casa, não no meu muquifo.
Mal acabo de tomar café quando o Ed aparece acompanhado da empregada. Ele com uma mala nas mãos. O meu primeiro pensamento é achar que ele veio morar comigo, mas essa ideia é destruída quando ele diz:
-Trouxe suas roupas. Feist tinha uma cópia de emergência da chave e me emprestou, pois você esqueceu de me dar ontem. -Ele ri e quase me levanto da mesa e lhe beijo.
Tenho que começar a me controlar, pois está ficando cada vez mais irresistível.
-Obrigada Ed.
Ofereço o café da manhã para ele, mas ele recusa. Chamo-o para sentar ao meu lado. Só da aproximação já me sinto mais segura e salva. Vejo os olhos da minha tia nele, ela tem um misto de raiva e medo nos olhos, mas logo depois some, fico sem entender, acho que percebi errado.
Depois do café, Ed e eu vamos conversar do lado de fora da casa. Num lugar mais privativo. O jardim ao lado da casa é lindo e é para lá que quero ir, pois tenho algo importante para falar.
-Então como foi a noite na sua nova casa? -Olho para ele espantada.
-Aqui não é a minha nova casa, não vou me mudar, só passei uma noite. Isso não significa que viverei aqui. -Ele parece ficar triste.
-Achei que tivesse gostado da sua família, pensei que estivesse feliz com tudo.
Paro de andar e fico de frente para ele, seguro sua mão e dou um passo para a frente ficando bem próxima do seu rosto.
-E estou, mas não estou completamente feliz. -Meus olhos fixos em seus lábios.
-E o que falta para você ficar feliz por completo? -Aproximo-me mais dele.
-Falta você.
Então deixo de resistir e lhe beijo, sua mão passa em minha nuca e ele faz carícias em meu cabelo, os lábios macios dele se pressionam fortemente contra os meus, mas não reclamo, só quero mais daquilo. Sua respiração passa por minha bochecha e faz cócegas. Quando paramos para respirar, olho para ele e sorrio.
-Por um instante eu achei que você fosse me afastar. -Nós dois rimos.
-Só não te beijei antes por achar que não merecia ainda sua confiança. Sempre que perguntavam se nós eramos namorados e você dizia não aquilo doía em mim. -Abraço-o.
-Desculpa, eu sou uma burra. -Ele diz que está tudo bem, mas prefiro não pensar nisso agora.
-Entende agora porque não quero ficar aqui? Não quero ficar longe de você.
-Mas esta é a sua família, e prometo que venho todos os dias te visitar.
-Não, é muito longe, você tem faculdade e seus pais. Eu não quero te atrapalhar.
-E não vai, Angel. -Ele pensa um pouco em uma solução e diz: -Que tal se você ficar uma semana aqui com eles, não vou aparecer aqui durante essa semana, pra você se acostumar e depois eu volto para saber o que você escolhe. O que acha?
-Acho que não preciso de uma semana para saber o que vou escolher.
-Dá uma chance a eles. Qualquer coisa você me liga. -Ele me dá o número do seu celular. -Vou estar sempre esperando a sua ligação. Só não vale ficar o dia todo ligando, quero que você tente descobrir memórias. Para quando eu voltar você contar todas elas. Pode ser?
-Tudo bem, mas promete que não vai me esquecer?
-E por acaso eu já esqueci de você?
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