on sexta-feira, 15 de março de 2013

Capítulo 58 


Levei Angel para minha casa, depois de tudo. Amanda me ajuda a acalmá-la e trazê-la de volta a vida cotidiana, o que me faz adiar um pouco o encontro com Tadeus, mas ainda haverá esse encontro, disso eu tenho certeza.
Também não comentei ainda com Angel sobre o que descobri sobre ele, quero contar aos poucos as coisas para ela.
-Foi horrível lá, eles me trataram como lixo. Eu tenho tantas perguntas para te fazer e queria contar também uma coisa que descobri lá, uma coisa que acho que depois disso tudo vai ser uma boa notícia. -Acaricio os cabelos dela.
-Não precisa contar agora, só precisa descansar e quando tiver tudo muito bem você me conta. -Ela afirma com a cabeça e vai cochilando.
Quando vejo que ela está realmente dormindo vou para o corredor e chamo Amanda.
-Preciso que fique de olho nela para mim, vou dar uma saída. -Amanda sabe ao que me refiro quando digo “saída”. -Já telefonei para a polícia e daqui a pouco eles vão chegar ao hotel.
-Cuidado, pelo que me disse esse primo dela não é uma pessoa muito confiável.
-Eu também não sou quando mexem comigo.
Sigo para o hotel e subo com toda a raiva pulsando dentro de mim, Tadeus fala ao telefone e desliga bem no momento em que me vê.
-Olá Ed! -Ele diz. -Como vai a minha prima? Está se recuperando? -Antes que ele faça outra pergunta lhe dou um soco no rosto, ele limpa o sangue no canto da boca e me olha. -Por que fez isso?
-Você sabe muito bem, não adianta fingir, a sua máscara caiu. Sei muito bem que foi você que organizou o sequestro da Angel.
-Só pode ter bebido, isso não faz o menor sentido. -Seguro-o pelo colarinho da camisa.
-Eu ouvi você conversando com o sequestrador, não adianta negar. - Ele dá um sorriso sarcástico e bate sua testa em minha cabeça. Solto-o e fico um pouco zonzo.
-Já que não tem mais como negar, vamos lá. Fui eu sim, eu queria que a Julie sumisse do mapa para que a herança viesse para mim, mas não foi só isso que eu fiz, tem muito mais coisa. Você não faz ideia da quantidade de coisas que eu tenho para contar.

Capítulo 59.

-O que mais tem? -Ele riu mais uma vez e investiu contra mim, me derrubou no chão e arrancou o gravador debaixo da minha camisa.
-Acha que sou idiota?! Você não sabe com quem está lidando. -O gravador foi lançado direto da varanda e não deve ter sobrado nada dele quando caiu no chão. -Agora podemos conversar. Tudo começou quando a Julie era apenas um bebê e os pais dela, meus tios, tiraram o meu nome do testamento, pois eles achavam que nunca iriam ter filhos. Isso gerou uma raiva em minha mãe que desde então vem lutando para que eu possa restituir a herança que de direito é minha, se não fosse o nascimento da Julie. Nós jogamos ela de um carro, que foi quando ela se perdeu e todos pensamos que ela estava morta, até que seis anos depois você aparece com ela, trazendo de volta nossos problemas. Foram anos tentando convencer o juiz a nos dar a posse da herança e quando estamos quase lá, a dona aparece e toma a nossa herança.
-Foi por isso que tentou matá-la?
-Não, antes disso eu tentei apelar para o meu charme, tentei seduzi-la, no começo até funcionou, mas esse amor que ela sente por você atrapalhou tudo. -Eu não estava ouvindo aquilo, como assim funcionou?
-Funcionou?
-Ué? Ela não te contou? Ela disse que ia fazer isso. -Ele disse numa voz teatral e forçada fingindo que não sabia que ela não havia me contado.
-Vocês dois transaram? -Ele afirmou com a cabeça.
-Bem ali, na cama de vocês. Eu a fiz sentir prazer pela primeira vez na vida dela, e olha que ela era uma vadiazinha de esquina, já recebeu muitos caras no seu parquinho “privado”. -Avancei em cima dele e desferi vários socos em seu rosto, o deixando completamente ensaguentado.
O idiota parecia não sentir dor, pois apenas sorria. A polícia chegou neste momento e nos separou.
-Graças a Deus vocês chegaram, esse maníaco chegou aqui e começou a me agredir do nada. Achei que fosse morrer. -Ele mudou o tom da voz e vi o quanto ele era cínico, mas não adiantava eu já havia contado a polícia quem ele era.
-Não precisa fingir, podem vasculhar o celular dele vai ter os números dos sequestradores. Já que os comparsas dele não quiseram colaborar. -Ele ficou levemente assustado e eu já estava contando vitória, quando o delegado me disse que não havia nenhum número que batesse com o do telefone dos presos. -Ele apagou no mínimo, podem prendê-lo ele é culpado.
-Desculpe Ed, mas não vai dar, não temos provas.
-Mas vocês podem prender ele. -Tadeus falou. -Viram ele me batendo e eu estou pronto para prestar queixa. -Ele tinha um sorriso no rosto que me deu mais vontade ainda de bater nele.
Assim fui preso.

Capítulo 60.

Passei uma noite na cadeia e depois paguei fiança, consegui ser solto, mas tenho que ir a julgamento, o meu amigo policial já adiantou que deverei ficar afastado do Tadeus. E afastado leia-se 500m, o que é uma pena, pois assim não posso mais bater nele. Chego em casa e Angel me recebe com um abraço.
-Você demorou, eu estava sentindo sua falta. -Ela dá uma volta e parece querer mostrar algo, mas não estou muito paciente para perceber. -Estou bem melhor, não notou? Agora posso contar a grande novidade. -Seus olhos encontraram os de Amanda e as duas riram.
-Antes eu quero que você me conte uma coisa.
-Claro, o que você quiser. -Ela se enroscou em meu pescoço e tentou me dar um beijo, mas desviei. -O que houve? Parece chateado.
-Você transou com o Tadeus? -Ela se soltou do meu pescoço e ficou me observando.
-Quem te disse isso? -Seus olhos estava preocupados e aquilo me deixava ainda mais impaciente e irritado.
-Você não me respondeu, transou ou não com o Tadeus?
-Eu ia te contar, juro, foi no dia do jantar, mas você não quis ouvir e… -As palavras dela foram se confundindo com o momento em que descobri que fui traído pela Amanda, somadas as palavras de Tadeus e minha cabeça ficou confusa. -Me perdoa?
-NÃO! -Gritei para ela. -Não vou te perdoar nunca, você mais do que ninguém sabia que eu perdoaria tudo, menos traição. Perdoei o Chad por que você ainda trabalhava com isso e nós não estávamos juntos, mas o Tadeus? Não tem cabimento Angel, você abusou da minha bondade e da minha paciência, pior, me fez de trouxa na frente daquele imbécil do seu primo.
-Ele não é imbécil! -Ela respondeu.
-Você não conhece sua família, não sabe quem eles são. Por que não vai conhecê-los e aproveita para me esquecer? Não quero mais olhar para a sua cara, sai da minha casa A-G-O-R-A. -Lágrimas escorreram pelas bochechas dela.
-Jamais achei que fosse me decepcionar com você Ed.
-Olha quem está falando de decepção, o que você acha que estou sentindo agora? Fora a raiva, o ódio e a grande tristeza? Eu confiei em você de uma maneira que jamais confiei em alguém e o que você com minha confiança? Jogou no lixo! -Andei até as escadas da minha casa. -A partir de hoje não quero receber nenhuma notícia sua, você agora é rica e deve saber se virar sozinha. Adeus Angel, espero que se encaixe com a sua família… Ah, esqueci, você vai se encaixar facilmente lá… No ninho de cobras.
Fui para o meu quarto e de lá eu não desci, não ia suportar olhar mais para ela. Tudo entre nós estava acabado, para sempre.

Angel. 
Depois de ouvir todos os desaforos possíveis de uma pessoa que jamais esperei, eu peguei minhas coisas e sai da casa do Ed. Amanda me seguiu até o portão.
-O que vai ser agora? Você não vai contar a ele?
-Não, você ouviu o que ele disse, não quer mais saber de mim. -Disse amargamente. -Vai ser assim, ele não vai ter mais notícias minhas e nem do nosso filho. Sou rica e uma mulher independente, não preciso dele.
E assim eu deixei Londres, indo para a casa da minha tia com algumas malas e um bebê na barriga, a tal novidade que eu queria contar ao Ed, que percebi no cativeiro quando num momento de infortúnio eu percebi que meu ciclo estava irregulado e somado aos enjoos que senti no cativeiro e antes, acabei por ligar os fatos.
 Adeus Ed, adeus Londres, até um dia em que o destino nos colocará frente a frente outra vez, mas tudo será diferente, pois eu não sou mais a mesma Angel…


É isso aí pessoal, a primeira temporada de The A Team acabou e a segunda começará em breve lá no meu Tumblr: http://tacadetoddy.tumblr.com

Os capítulos serão postados todos os dias, a partir do dia 25 desse mês. Espero que quem conheceu a fic pelo blog continue a ler pelo Tumblr :)
on quinta-feira, 14 de março de 2013

Os sequestradores marcaram o lugar e a hora. Será amanhã numa avenida esquecida de Londres, com pouquíssimo movimento, a polícia já está preparando guarda lá. Mantendo-se escondida e esperando os bandidos.
Minhas pernas tremem só de pensar na possibilidade de dar alguma coisa errada, tudo tem que ser perfeito.
-Vai dar tudo certo, vou estar torcendo por você aqui. -Amanda diz. -Só respondendo a sua pergunta feita há dias, sim, eu estou morando aqui. -Ela ri.
-Posso saber o motivo?
-Claro, meus pais me expulsaram de casa quando descobriram a razão do nosso término. Disseram que não mereço ser chamada de filha e por ironia do destino os seus pais me aceitaram aqui.
-Quem deveria estar bravo te acolheu, que ironia do destino.
Nós rimos e por alguns minutos esqueço do meu drama.

Amanhece e me preparo para tudo. Vou com uma maleta repleta de notas falsas, assim como nos filmes, apenas as notas que estão em cima são verdadeiras, o que faz do valor da mala aproximadamente uns 2 mil euros, quantia essa que tenho de sobra no banco. Sigo para o local marcado e tento não olhar para os lados quando chego, pois sei que vou encontrar um policial disfarçado e isso tirará minha concentração.
Em minha frente ela surge, suas roupas em farrapos, seu olhos são poços de desespero e mesmo assim ela consegue ser linda. O homem está com uma arma apontada na cabeça dela e pede para que eu me aproxime.
-Vamos fazer um troca justa, eu lhe dou a maleta e você me dá a Angel na mesma hora.
-Como posso confiar em você?
-Acredite em mim, eu jamais brincaria com a vida da mulher que amo. -O homem me olhou com desdém e aceitou.
Aproximei-me com a maleta e segurei no braço de Angel, quando o homem puxou a mala ele também puxou Angel, mas eu sabia do seu plano e fui mais esperto derrubei a maleta no chão e ele teve que soltar Angel.
Cobri-a com meu corpo e sai correndo dali, atrás de mim ouvi barulhos de tiro e torci para que todos eles fossem da polícia. Quando cheguei no carro vi os homens deitados no chão, alguns sangravam e outros estavam apenas desacordados. Apaguei aquela imagem da minha cabeça no momento em que percebi que estávamos bem, tudo tinha ido bem.
-Meu amor. -Abracei-a, foi melhor abraço que recebi na minha vida, foi forte e amoroso, nunca dado por ninguém antes.
-Eu estava tão assustada….
-Shhh, não precisa contar nada agora, só vamos para casa. Você vai prestar queixa e vamos para casa. Finalmente tudo estava bem, só faltava agora que eles prendessem o cúmplice dos homens: Tadeus.
on quarta-feira, 13 de março de 2013

Saí da casa do Sr. Golding e fui para a minha casa, eu precisava descansar e colocar os pensamentos em ordem. Tento lembrar de alguma queixa da Angel sobre os familiares, mas não houve nada, ela gostava deles e eles dela.
Depois de dormir por algumas horas sou acordado por Amanda e o meu novo gato.
-Então conseguiu algo?
-Não sei bem se consegui, é uma coisa que pode ser um grande prova, mas que não faz muito sentido. O advogado me mostrou que os familiares dela ganhariam muito mais em cima do sequestro do que ele próprio, isso tudo faria muito sentido se os parentes dela não fossem tão bonzinhos e preocupados com o bem estar da integrante da família. -Dou um suspiro de cansaço. -Isso é tudo muito confuso, e só de pensar que quanto mais tempo eu demoro aqui pensando e cogitando ideias a Angel está nas mãos desses homens tudo piora.
-Calma Ed, vai dar tudo certo você e a Angel vão se reencontrar e vai tudo terminar bem.
-Obrigado. Você está me dando um grande suporte.
-Que é isso, era o mínimo que eu podia fazer por você depois do que fiz. -Nós rimos mais para dar leveza ao clima do que pelo fato de ser engraçado.
Meu celular toca e atendo rapidamente, uma voz desconhecida fala do outro lado da linha.
-Nós estamos com a sua namorada, mas não precisa se preocupar ela está bem. Só não sabemos por quanto tempo, queremos 10 milhões de euros na nossa mão até amanhã, ou a garota vai morrer. -Longe o som dos gritos de Angel era audíveis.
-Não a machuquem, eu prometo que vou conseguir esse dinheiro.
-É bom mesmo, mais tarde ligaremos novamente para marcar o lugar.
-Posso falar com… -Então eles desligaram.
-O que eles queriam? -Amanda perguntou.
-Querem, na verdade, 10 milhões de euros. Onde vou conseguir esse dinheiro? Meu pai não vai me dar assim tão fácil.
-Liga para a polícia é o melhor momento para isso.
Faço o que Amanda sugere, tenho uma boa conversa com a polícia e nós montamos uma estratégia. Quando os sequestradores ligarem novamente eu marco o lugar e digo que estou com o dinheiro, não posso contar isso para ninguém. Antes que os sequestradores liguem eu vou para o hotel, preciso resolver algumas coisas.
Entro sorrateiramente sem fazer o menor barulho, Tadeus não está na sala e ouço barulhos no quarto:
-É claro que ele caiu, não precisa se preocupar, uma hora dessas ele deve estar indo pegar o dinheiro… Como, eu já não sei… Ele fará de tudo para conseguir salvar a minha prima… Isso mesmo, depois é só matá-la, assim ficamos com a herança dela também. -Uma raiva toma conta do meu corpo, mas prefiro me conter e volto para o corredor quando vejo que Tadeus está saindo do quarto.
Bato na porta e ele atende, com uma “aparência” nada boa, como se estivesse acordado há dias, quando na verdade sei que não está. Ele está adorando tudo isso. Minha vontade de bater na cara dele é imensa, mas controlo-me.
-Você não parece bem. -Digo.
-É, não estou conseguindo comer, dormir, nada. É como se eu não tivesse mais vida, mas e então, alguma novidade dos sequestradores? -Peso as minhas opções e resolvo jogar o joguinho dele.
-Eles ligaram e por isso resolvi vir até aqui. Estão pedindo 10 milhões de euros, não sei se vou conseguir esse dinheiro todo.
-Você já ligou para a polícia?
-NÃO! Não quero que aconteça nada de ruim com a Angel. Deixa eles fora disso, vou dar os 10 milhões, pegar a Angel e nunca mais vamos pensar nisso.
-É uma boa ideia, você realmente tem uma boa estratégia.
-Só vim para te avisar sobre isso, agora vou voltar para casa e convencer o meu pai a me dar o dinheiro. Te aviso mais sobre as outras coisas.
-Ótimo, pode ligar que estarei esperando.
Saio do hotel e soco a porta do meu carro só para liberar a raiva, como ele conseguiu me enganar e enganar a Angel pode todo esse tempo?
Filho de uma puta, não acredito que ele tem coragem de matar a própria prima por causa de dinheiro.
on terça-feira, 12 de março de 2013

Primeiro eu tomei banho e troquei de roupa, depois fui para o hotel. Amanda ficou em minha casa tomando conta do gatinho, agradeci a ela a grande ajuda. Tadeus estava sentado ao lado do telefone e parecia uma estátua. Ele me olhou e voltou a olhar para o telefone, como se não quisesse perder nenhuma parte daquele filme. 
-Preciso de um favor seu, quero o número de telefone do advogado que conversou com a Angel sobre a herança que ela recebeu. -Tadeus olhou para mim e fez um olhar de não entendimento. -Não tenho tempo para explicar, apenas quero falar com ele. 
Ele me entregou um cartão com endereço e telefone, era o que eu precisava para salvar a Angel. Corri para o carro e acelerei o máximo que pude para chegar logo no local. 
Um homem de cabelos brancos e uma barba por fazer atendeu a porta da casa onde o endereço dava. 
-Sr. Golding? -Ele me olhou de cima a baixo. 
-Pois não?! 
-Preciso falar com o senhor, e é uma assunto bem sério. 
Entrei em sua casa e sentei na sala, ele me serviu chá e cookies. 
-Qual o assunto tão sério Senhor…? 
-Sheeran, Edward Sheeran. A sua cliente Angel, mais chamada pelos parentes como Julie… -Contei a ele toda a definição. -foi sequestrada misteriosamente, e com uma pequena investigação eu percebi que poucas pessoas sabiam sobre a tal herança, e a mais provável de ter feito alguma coisa com ela foi o senhor, longe de mim querer lhe acusar, mas quero que saiba que eu já deixei a polícia bem ciente de tudo o que está acontecendo aqui. Se tentar fazer algo comigo, será um homem procurado. -O advogado olhou para mim e abriu um sorriso. 
-Gostei de você, meu jovem, tentando defender a namorada e tudo mais, mas sinto informar que não sequestrei a garota. O que eu iria ganhar com isso? O contrato assinado por ela não incluía o meu nome. 
-Mas o Senhor poderia modificá-lo, deve conhecer todos os truques para conseguir arrancar dinheiro de clientes inocentes como ela. -Continuo no meu tom firme. 
-Desculpa, mas aí você já começa a me ofender. Formei-me em direito e fiz um juramento, cumpro esse juramento até hoje, tenho obrigações com a justiça. Não aceito que o senhor venha à minha casa e me difame. -Ele aumenta o tom de voz e vejo que não vou conseguir arrancar nada dele. 
-Queria pedir perdão, eu estou muito preocupado com ela, não estou raciocinando direito. Não sei quem possa ter feito isso, as outras pessoas da lista são da família dela, é impossível que eles tenham feito algo. -Olhei para o advogado que tinha um sorriso estranho no rosto. 
-O Senhor acha que cheguei nos culpados? 
-Eu não disse nada. 
-Mas pela sua fisionomia parecia que queria dizer isso. 
-Só parece que você encontrou algo que ligue os suspeitos a razão do sequestro. -Parei para pensar e tudo fez sentindo, mesmo sem fazer o menor sentindo. 
As únicas pessoas que ganhariam algo com o desaparecimento/morte da Angel seriam os seu familiares que iriam poder receber o dinheiro dela, mas eles não seriam capazes de fazer isso… ou seriam?
on segunda-feira, 11 de março de 2013

Ed
A primeira coisa que pensei foi chamar a polícia, depois pensei em não envolver a polícia agora, isso poderia piorar o caso da Angel. Pensei em ir para casa e comunicar aos meus pais, mas eles não tinham se apegado tanto a ela quanto eu estava, a única pessoa que realmente se importava com ela tanto quanto eu era Tadeus.
Cheguei no hotel o mais rápido que pude e entrei no quarto dele, ele dormia, não tive pena de acordá-lo. A prima dele corria perigo não tinha motivo para se ter cerimônias.
-O que deu em você? -Ele olhou para o relógio e viu que eram 23:30.
-A Angel, ela foi sequestrada. -Os olhos de Tadeus se arregalaram e ele já não tinha mais sono.
-Como assim foi sequestrada? Como você foi deixar isso acontecer com ela? Os bandidos já ligaram?
-CALMA! -Gritei para ele, eu já estava nervoso o suficiente, não precisava de mais alguém acrescentando coisas à minha cabeça. -Não eles não ligaram, estavam armados e a Angel corria risco de vida caso eu tentasse fazer algo. Colocar a culpa em cima de mim não vai ajudar a trazê-la de volta, temos que nos acalmar e esperar os sequestradores telefonarem.
-Vou ligar para a polícia. -Segurei a mão dele antes que ele encostasse no telefone.
-Agora não, é melhor esperar o primeiro contato.
-Você enlouqueceu? Precisamos de dicas da polícia. Eles irão nos ajudar em tudo. -Sentei em um sofá e coloquei minha cabeça entre as mãos.
-E se isso tudo só atrapalhar e eles matarem a Angel? Não posso perdê-la. -Abaixei o meu tom e mostrei a ele como aquela situação estava mexendo comigo, eu queria que ele visse que eu estava sofrendo também. 
-Tudo bem, eu te entendo, mas eu também estou preocupado. A Julie não é importante só para você. Ela é muito importante para mim. -Senti uma pontada de ciúmes, mas não me deixei levar, o momento não permitia isso.
Passamos a madrugada acordados esperado uma ligação, mas nada aconteceu. Até que resolvi me levantar e ir para casa, e deixar Tadeus informado de qualquer coisa que eu ficasse sabendo, a mesma coisa ele faria.
Na minha casa todos dormiam e tomei um susto quando vi Amanda sentada na minha poltrona em meu quarto.
-O que está fazendo aqui? -Ela me olhou e sorrio. -Se mudou para cá?
-Estava te esperando, desde o jantar que não nos falamos. Queria falar sobre a Angel. Eu a achei muito legal, uma ótima garota. -Então ouvir alguém falando dela me deixou com o coração ainda mais apertado e não aguentei, toda a dor que estava guardada em meu peito foi colocada para fora em forma de lágrimas. -Ed? O que foi? Aconteceu alguma coisa?
-Aconteceu, a Angel foi sequestrada. -Amanda se levantou e se aproximou de mim. Recebi o seu abraço e tentei parar de chorar.
-Como assim? Onde aconteceu isso?
-Aqui na frente de casa, nós estávamos voltando do shopping e eu ia trazer esse gato que ela me deu aqui para casa, foi tudo tão rápido que não tive chance de fazer nada. Só pude vê-la ser levada. -Ela apertou minha mão e me abraçou mais uma vez.
-Nem sei o que dizer, você deve estar sofrendo tanto. Mas por que alguém faria isso? Ela tem muito dinheiro ou algo assim? -Pela primeira vez desde o momento do sequestro eu estava pensando…
Realmente, por que sequestrariam a Angel?
Só sequestram pessoas que tem dinheiro e a Angel não tinha, pelo menos ninguém sabia que ela tinha. Levanto-me e anoto nomes em uma caderneta, nomes das pessoas que sabiam da herança de Angel.

  1. Tadeus 
  2. Tia Helena 
  3. Advogado da família. 
  4. Eu. 
A única pessoa possível de ter feito isso é o advogado, preciso começar a investigá-lo.
on domingo, 10 de março de 2013

À noite Ed e eu decidimos sair para comemorar essa nova fase da minha vida e nossa felicidade como casal. Com todas essas coisas boas que aconteceram acabei esquecendo das minhas “inimigas” do jantar, o que elas podem fazer de mal comigo?
Jantamos num restaurante ótimo e depois vamos fazer algumas compras, compro um presente para o Ed. Um gatinho, pois quando passamos no pet shop ele disse que adorava gatos e percebi que ele havia ficado de olho neste específico. Ele ficou receoso, mas depois aceitou.
-Só vou aceitar por que é um gato.
-Eu tenho a música para lembrar de você, e você vai ter ele para lembrar de mim. Nunca vamos esquecer um do outro.
-Não preciso de um gatinho para lembrar de você. -Ele me beija.
Vamos para o carro levar o gato para a sua casa e quando vou sair do carro um homem para na minha frente, olho para o seu rosto e vejo que ele está encapuzado, depois disso tudo acontece rápido demais. Ele aponta uma arma para a minha cabeça e me segura. Ed olha para mim e tenta correr para me ajudar, mas outro homem aponta uma arma para ele.
-Não se aproxima, se não a garota vai morrer.
-O que você quer? Pode levar qualquer coisa, só solta ela. Por favor, eu troco de lugar.
-Calado, eu não quero você. Queremos a garota. -O homem que me segura diz isso e vai dando passos para trás. Ele me joga dentro do carro e entra.
-Ed! -Grito, mas o homem atinge o meu rosto com o cabo da arma.
 Os homens entram no carro e saem em disparada. Ed entra no carro dele e vem nos seguindo. Um dos homens que estão ao meu lado atira na direção do carro do Ed e vejo o vidro totalmente estilhaçado, grito preocupada com o Ed, mas vejo que ele está bem. O carro dele vai parando e já não o vejo mais.
-Muito bom, agora é só a princesinha aí se comportar.
-Para onde estão me levando? -Pergunto.
-Pro seu pior pesadelo.
                                                                           #

Ed
Depois do para-brisa do meu carro ser totalmente estilhaçado resolvi parar, eles estavam armados, morto eu não ia conseguir ajudar a Angel. Porém eu consegui anotar a placa do carro, o que vai ser de grande ajuda. O gato que ela me deu pula no meu colo, completamente assustado, felizmente ele não foi atingido e está bem, assim como eu.
O que eles vão fazer com ela?
Não posso perdê-la, ela é tudo para mim. Lágrimas começam a se formar nos meus olhos e afasto-as. Preciso fazer algo, não apenas ficar chorando.
-Calma Angel, eu já estou indo te salvar.

Tadeus e eu voltamos para casa logo depois do chá da tarde.
Na estrada, meu celular toca e vejo o nome do Ed na tela.
-Oi Ed!
-Oi, meu amor. Então como foi com o advogado?
-Tudo certo, o dinheiro vai ser depositado na minha conta ainda essa semana, mas consegui algo mais importante que o dinheiro com essa viagem. -Olho para a foto dos meus pais na minha mão.
-Posso saber o que foi?
-Minha tia me deu uma foto dos meus pais. Quando chegar aí eu vou te mostrar, eles eram lindos Ed. -Minha voz sai um pouco embargada, pois ainda estou muito emocionada.
-Estou ansioso para ver meus sogros. Também tenho uma coisa que quero te mostrar quando chegar, fiz uma coisa para você.
-Posso saber o que é? -Repito do jeito que ele falou.
-Não, só quando chegar, vai ser surpresa, um presente para você.
-Mal posso esperar para saber o que é.
-Espero você aqui, agora vou desligar para terminar a surpresa, até daqui a pouco.
-Até. Um beijo.
-Outro para você.
Tadeus permanece em silêncio e segue até chegarmos no hotel. Não me importo muito com esse silêncio dele.
Ligo para o Ed assim que chego e ele diz que está chegando com a surpresa. Tomo banho e espero o Ed, ele chega rápido, em sua mão ele traz um violão. Não entendo o que é aquilo e dou uma risada.
-Para que tudo isso?
-É a sua surpresa.
-Vai ser uma serenata? -Ele ri.
-Quase isso, mas antes eu quero conhecer os meus sogros. Cadê a foto? -Corro para pegá-la e mostro a eles.
 Ed passa um tempo observando a foto, os olhos fixos neles e penso em alguns momentos que ele paralisou.
-Eles pareciam se amar muito. Dá pra perceber nos olhos deles. São tão apaixonados quanto a gente. -Ele segura a minha mão.
-Só espero que não tenhamos o mesmo destino que eles. -Digo. -Sinto a falta deles, mas é engraçado, pois não lembro dos dois. Como é possível sentir falta de algo que não sei como é?!
-Você sabe, só não lembra. Dentro de você eles ainda vivem, só aguardando o momento para a lembrança retornar.
-É mesmo, agora eu quero ver a sua surpresa, me mostra vai. -Ele pega o violão.
-Nunca disse para você, mas eu costumo compor algumas músicas e essa eu escrevi pensando em você. A chamei de The A Team. Espero que goste.

             

-Então, o que achou? -Enxugo as lágrimas que escorrem pelo meu rosto, o abraço e lhe beijo várias vezes. 
-É linda Ed, eu amei. Muito obrigada, foi a melhor surpresa que recebi na minha vida. 
Ele me entrega um cd. 
-É para você ouvir sempre que quiser, era isso o que eu estava fazendo quando liguei para você. 
-Já pensou em seu cantor? Você tem uma voz linda. 
-Não, isso vai ser apenas hobby, minha praia é outra. Vou deixar esse dom só para você. -Ele me beija e deitamos na cama. 
A música fica o tempo todo na minha cabeça… Sou a garota da primeira classe.

Então pessoal, o fim está se aproximando e como eu anunciei lá no meu tumblr (Taça de Toddy) a segunda temporada já tem data confirmada para o retorno. Dia 25 de Março e espero que vocês que leem a fic pelo blog acompanhem as minhas postagens pelo Tumblr.
P.S.: Ouçam esse cover antes de ler o texto que está após ele, para sentirem o que a Angel sentiu ao ouvir o Ed cantando pra ela.
on sábado, 9 de março de 2013

No outro dia já estou melhor, o enjoo é menor e consigo me alimentar direito. Ed foi para a sua casa à noite quando viu que eu estava melhor, ele precisava organizar algumas coisas da faculdade. Tadeus já está pronto e com as malas prontas, tanto as minhas como as deles. 
-Vi que você não estava em condições de arrumar as malas e fiz isso para você. 
-Agradeço. 
Vamos para o carro e pegamos a estrada rumo a casa da minha tia, para resolver logo as coisas da herança. Passo boa parte em silêncio, até que não aguento e decido falar algo, o silêncio estava me incomodando. 
-O Ed está notando que você está diferente. Poderia agir mais naturalmente na presença dele? 
-Vou começar a tratá-lo mal, já que você quer que eu aja naturalmente. Não gosto dele, ele roubou você de mim, tenho o direito de não gostar dele. 
-Ele não me roubou de você, nunca fui sua, a garotinha que sumiu sim, eu sou outra pessoa agora. O Ed nunca te fez nada de mal, então você não tem o direito de não gostar dele. Se não quer amizade com ele, tudo bem, mas não precisa agir como um estranho. Ele vai acabar descobrindo. 
-Ótimo, assim quem sabe ele se toca. Vê que está atrapalhando as coisas. 
-Tadeus, mesmo se um dia o Ed acabar o namoro comigo eu não vou ficar com você. Você é meu primo e quero manter essa relação, apenas, com você. 
-Até parece, Julie, para de negar, você gosta de mim. 
-Para de colocar essas dúvidas em mim! -Grito. -Não vai adiantar, depois do que nós fizemos eu vi que apenas amo o Ed, a única coisa que sinto por você seria uma tração física, mas não vou trocar um amor por uma atração. 
O silêncio então reina entre nós. 
                                                                              
                                                                            # 

Depois de acertar tudo com o advogado, posso dizer que sou uma mulher rica. Minha tia me abraça forte e retribuo, eu estava realmente com saudades. 
-Achei que você tivesse me esquecido, querida. -Ela senta num banco no jardim da casa. 
-Imagina tia, jamais vou esquecer da senhora. Mesmo se acontecer outro acidente comigo. -Aproveito a deixa para perguntar algo que me incomoda há tempos. -Tia, a senhora podia me contar sobre o dia em que sumi? Ainda tenho dúvidas de como tudo ocorreu, como fui chegar a Londres.
Ela parece hesitar, mas depois inicia a contar. Deve ser difícil para ela falar sobre esse assunto. 
-Claro querida, seus pais moravam na casa onde você teve uma lembrança com o Tadeus. Era um inverno bem rigoroso lá em Londres, todos fomos para um lago, pois ia ter um evento por lá. Havia muita gente e foi inevitável que você se perdesse, procuramos em vários lugares e perguntamos a várias pessoas, mas ninguém havia te visto. Seus pais ficaram desesperados e procuraram e todos os lugares possíveis, mas ninguém te achou. Agora como chegou a praça da sua primeira lembrança, isso só você pode responder, buscando em suas lembranças. 
-E os meus pais, onde eles morreram? 
-Num penhasco próximo daqui, havia uma ligação anônima que tinha dito que você estava pelas redondezas e eles foram atrás de você, mas acabou que eles não acharam e acabaram caindo do penhasco. -Minha tia fica emocionada falando. -Sinto muita falta do meu irmão e da minha cunhada. 
-Queria poder ter uma lembrança deles. -Tia Helena então se levanta e pede que eu espere. Logo volta com um álbum nas mãos. -Pode ter uma lembrança deles com você sempre que precisar aqui. -Ela abre e pega uma foto de um casal lindo. 
A mulher com cabelos castanhos e um sorriso encantador, os olhos pequenos e que lembram muito os meus olhos. O homem é forte e tem a barba por fazer, os cabelos negros e beija a bochecha da esposa… Meus pais. Uma lágrima escorre pela minha bochecha e enxugo com a manga da minha jaqueta. 
 -Eles eram lindos. -Minha tia me abraça. Então sinto um aperto grande no peito, como se eu tivesse perdido, ou fosse perder algo. 
Um mal pressentimento.

Acordo de manhã e me sinto mal, é como se minha barriga estivesse tentando vir para fora. Levanto-me correndo e vou ao banheiro, chego a tempo na privada e coloco tudo para fora, vomito tudo o que comi ontem, não só no jantar, mas no dia todo. Acho que fiz muito barulho, pois Ed aparece atrás de mim. 
-Você está bem? -Ele pergunta preocupado. 
-Um mal-estar, daqui a pouco passa. Acho que foi algo que comi ontem que não me caiu muito bem, relaxa. -Seguro a mão dele e me abraço ao seu corpo. 
-O que está havendo com você? Está diferente. 
-Não é nada. -Vou para a pia e lavo o meu rosto, escovo os dentes e tento não olhar diretamente para o Ed. 
-Tudo bem, vou pedir o café da manhã. -Assim que ouço o Ed falar sobre comida a vontade de vomitar volta e me seguro para não fazer aquilo na frente dele. Balanço a cabeça para ele ir e respiro fundo. 
Pego um remédio para esse enjoo e tomo, deito na cama e espero o efeito chegar. A porta do quarto se abre e vejo Tadeus. Estou tão mal pelo enjoo que nem ligo de ele estar ali. 
-O que houve com você? Está com uma cara nada boa. -Ele senta na ponta da cama. 
-Estou um pouco enjoada, deve ter sido algo que comi ontem. Já tomei o remédio, daqui a pouco passa. 
-Leu a carta do nosso advogado? -Digo que sim. -Gostou da boa notícia? 
-Você já sabia? Por que não me contou nada dessa herança? 
 -Sei lá, acho que não tive a oportunidade. O advogado vai para a minha casa amanhã, então acho que podemos sair amanhã cedo para nos encontrarmos com ele, vamos rever também a mamãe, aposto que ela está com saudades de você. -Dou um sorriso desanimado para ele, não que eu não queira rever minha tia, mas é o enjoo que me faz ficar assim. 
Ed entra no quarto com a bandeja do café da manhã. Tadeus fica sério e cumprimenta Ed, depois vai para o quarto. 
-Seu primo está com raiva de mim, ou é apenas impressão minha? 
-Apenas impressão. -Olho para o café da manhã e prendo a respiração para não sentir o cheiro. 
-Acho que você não vai querer comer isso aqui não?! -Afirmo com a cabeça. -Tudo bem, vou levar para a sala . 
 Ele leva e volta para o quarto, fica deitado com a cabeça próxima a minha barriga. Seus dedos ficam fazendo voltas na minha barriga.
-Se você não melhorar nós vamos para o hospital, pode ser algo sério. -Dou uma risada. 
-Calma, é apenas um enjoo. Ontem tinham comidas muito diferentes lá na sua casa, comidas que nunca vi na minha vida, meu estômago não está acostumado com isso. 
Passo o dia com o Ed na cama, ele sempre tomando conta de mim, em alguns momentos o enjoo passa e depois volta, mas vou tentando contornar às vezes. E assim vai se passando o dia.

Fico em silêncio, ainda parece mentira o que li. Leio mais duas vezes para ter certeza, Ed fica me olhando até que abro a boca e digo.
-Estou rica. -Digo sem nenhuma expressão, nada, só choque.
 Ed não entende e se aproxima, pega a carta da minha mão e lê. Ele fica surpreso assim como eu.
-Você tem uma herança para receber. Na verdade, essa herança estava congelada, pois as buscas continuavam, mas com o passar dos anos sua família desistiu e já estavam organizando os papéis para receber em seu lugar. -Ele vai falando enquanto lê a carta. -Agora que voltou não precisam mais receber por você, o exame de DNA que a sua tia fez já provou que você é a garotinha perdida. -Ed me abraça.
-Angel, você sabe o que isso quer dizer?
-Eu estou rica. Entendi isso, só não consigo acreditar. Você viu quantos zeros têm aí?! Nunca imaginei essa quantidade toda de dinheiro, nem sabia que os meus pais eram tão ricos. Estou com um pouco de medo disso tudo, um mal pressentimento.
-Não precisa ficar assim, meu amor, sua família vai te ajudar com tudo, assim como eu vou. O que precisar pode contar comigo.
Sorrio e dou um beijo no Ed. Deitamos na cama e ficamos olhando um para a cara do outro.
-Isso tudo é muito estranho, em um dia sou um prostituta morando num muquifo e no outro sou uma mulher super rica. Como a vida pode mudar assim tão drasticamente? -Ed brinca com o meu cabelo e dá de ombros.
-Não faço a menor ideia, mas estou feliz por ela estar mudando tanto assim.
-Fico me perguntando o que mais vai me acontecer, o que vai fazer minha vida mudar ainda mais. -Vejo um sorriso diferente no rosto de Ed.
-O que houve?
-Acho que sei o que pode fazer sua vida mudar ainda mais, já tinha planos para isso há um tempo, quem sabe em breve eu não os realize?
-O que seriam esses planos?
-Em breve você vai saber. -Ele me abraça e nos beijamos.
 E com toda a notícia da carta acabo por optar não contar hoje o que aconteceu entre Tadeus e eu.

Ed vai comigo para o quarto e se deita na cama enquanto vou tomar banho.
Não ouço nenhum ruído no quarto do Tadeus. Olho rapidamente para a cama e relembro as cenas de ontem, e ver Ed deitado ali na maior inocência me faz ter mais raiva de mim.
-Eu disse que meus pais não eram as piores pessoas do mundo, são um pouco… excêntricos, mas são legais.
Vou confirmando com monossílabos e entro na banheira, mergulho minha cabeça para escapar um pouco desse mundo e quem sabe assim relaxar. Quando subo para respirar vejo Ed parado na minha frente.
-Eu estava falando com você. -Ele ri.
-Desculpa, eu não ouvi. O que foi que disse? -Ele olha para a banheira e para o meu corpo nu.
-Queria saber se quer ajuda aí. -Ele tira a sua roupa e entra na banheira comigo.
Abraço-me ao seu corpo, nós ficamos lá apenas sentindo o movimento da água.
-Eu adoro ficar assim ao seu lado. -Digo, e vejo que é verdade, eu realmente adoro ficar ao lado do Ed. Me sinto segura e feliz. Por que tenho dúvidas sobre o que quero? -Ed eu preciso falar uma coisa para você, uma coisa que vai te deixar bravo, mas eu preciso contar.
Sinto os músculos dele ficarem tensos, ele se senta e olha diretamente para mim, sério.
-O que houve Angel? Foi algo muito sério? Fizeram algo com você? -Nego com a cabeça.
-Ninguém fez nada comigo, pelo contrário eu fiz uma coisa muito errada e me arrependo muito disso.
-O que é? Fala, está me deixando preocupado.
-É uma coisa que já vem acontecendo há um tempo… -Então alguém bate na porta do banheiro.
-Julie, desculpa interromper seu banho, mas é que chegou uma carta para você. É do nosso advogado. -Olho para Ed e fico intrigada com tudo isso.
 -Deixa em cima da minha cama, daqui a pouco eu vejo. -Ele obedece e tento voltar para onde parei. -Continuando.
-Não, será que não pode ser depois? Uma carta de um advogado chegou para você, não está achando estranho? Angel, seja o que for que tem para me dizer pode dizer depois, vamos logo ver o que é essa carta. -Respiro fundo e concordo, mais um momento perdido.
Vamos para o meu quarto, enxugo a minha mão e abro a carta, leio-a e quase caio no chão ao ver o que tem escrito. Isso não pode estar acontecendo.
-Então Angel, o que tem nessa carta? É algo ruim?

Sento à mesa para o jantar e espero este ser servido. Ed se aproxima e sussurra em meu ouvido. 
-Amanda falou alguma besteira? -Balanço levemente a cabeça negando. -Ótimo, é bom que ela continue assim. 
-Então Angel, você trabalha, estuda, o que faz da vida? -A mãe de Ed me pergunta. 
Fico sem saber o que dizer.
-Neste momento ela está ajudando a tia, ela mora longe daqui, em Hertfordshire. A tia já tem uma certa idade e precisa de ajuda. Não é Angel?! -Olho para ele e depois para os outros. 
-Sim, estou dedicando esse tempo a ela. A coitada só tem a mim e o meu primo, que é um homem ocupado e não pode deixar o trabalho. 
-Então é por isso que o Ed não passa tanto tempo em casa. -Ela vira para o marido. -Descobrimos a razão. Achamos que você estava ajudando o Chad, você está sabendo não é meu filho que ele sofreu um acidente e está paraplégico? 
-Sim estou, já fui visitá-lo no hospital. 
Será que o Chad comentou algo sobre a sua acompanhante no carro? Penso. 
-Sinto muito o que aconteceu com ele, mas só posso dizer que do jeito que ele ia não tinha outra maneira. -Acrescenta Ed. 
-É mesmo, beber e dirigir é nisso que dá. -Ed e eu olhamos sem entender para a mãe dele. -Ele estava bêbado no dia do acidente, a própria mãe me disse. 
-Eu não sabia dessa parte. Ele não me falou nada. 
-Talvez por vergonha meu filho. 
O jantar então começou a ser servido e todos nos deliciamos. No fim fomos todos para a sala de estar e ficamos conversando um pouco sobre a minha vida. Ótimo, do jeito que adoro, ser o centro das atenções. Menti muitas vezes e em outras apenas omiti, mas era necessário, eu não queria assustar os pais do Ed com meu passado. Ed olhou no relógio e viu que já estava tarde. 
-Preciso levar a Angel para o hotel em que ela está hospedada. 
Nós nos levantamos e nos despedimos deles, até então eu achava que tinha causado uma boa impressão, mas no momento em que abracei a mãe do Ed meus receios me mostraram que eu estava certa. 
-Sei bem que tipo de garota é você, pode apostar que não vou te deixar atrapalhar o futuro brilhante que planejei para o meu filho, sua vadiazinha. -Ela sussurrou em meu ouvido enquanto estávamos abraçadas.
Antes que eu pudesse responder ela soltou do nosso abraço e me fulminou com o olhar, mas com um sorriso no rosto. Eu queria sair logo dali, antes que ela me atacasse ou algo assim. 
Quando entrei no carro fiquei sem saber o que dizer, ela deu tanta ênfase no “vadiazinha” que acho que ela já sabia o tempo todo que eu fui uma prostituta. 
-Viu, não foi tão mal, eu sabia que você ia se dar bem. -Ed disse sem saber dos detalhes finais. 
-Pois é, você sempre tem razão. -Disse sem graça. 
Ótimo, em um jantar ganhei duas inimigas, uma decidiu não se mostrar ainda, enquanto a outra não tem medo de ser mostrada, qual das duas eu devo ter mais medo?
on sexta-feira, 8 de março de 2013

-O que você faz aqui Amanda? -Ela se aproxima de mim e sorri. 
-Não seja assim, sua nova namorada vai pensar que você é grosso. Prazer querida, sou Amanda. -Ela aperta a minha mão. -E respondendo a sua pergunta, foi sua mãe que me convidou, ou esqueceu que ainda sou amiga da família? 
-Então você era a convidada especial? Não acredito nisso. -Ed aperta a minha mão e me leva para dentro. Deixando Amanda sozinha do lado de fora. -Não posso acreditar que a minha mãe fez isso comigo, como ela pode? 
-Vai ver ela só quer me testar, coisa de mãe. 
-É bem típico dela fazer isso. Você não pode se deixar intimidar, minha mãe vai parecer uma rainha, mas não liga para ela, é apenas uma mortal como nós. -Ele me dá um beijo e vamos para a sala de estar. 
Vejo a mãe do Ed então, uma mulher ruiva assim como o filho, ela veste um vestido preto lindo que lhe cai super bem, e sim, ela parece realmente uma rainha. Ao me ver ela se aproxima e me abraça. Fico sem saber o que fazer e retribuo. 
-Que prazer conhecer você Angel, o Ed falou tanto de você. 
-Espero que bem. -Digo brincando. 
-Mãe será que eu posso falar com você um instante? 
 -Claro meu filho, vamos para o escritório. 
O pai de Ed se aproxima e aperta a minha mão. Ele me olha da cabeça aos pés e sorri. 
-Meu filho sempre soube escolher mulheres, você é linda garota. -Agradeço. -Só falta conhecermos a sua beleza interior, se é que existe. -Fico um pouco em choque quando ele diz isso, será que ele acredita que sou arrogante? -Não é querendo dizer que você não tenha, mas é que a última namorada dele… -Ele começa a sussurrar. -Bem, a garota não era das melhores, então fica a dica para você. 
-Obrigada, mas acho que não vou precisar encenar nada. Espero agradar a vocês do jeito que sou. -Ele se recosta na poltrona em que está sentado e sorri. 
-Gostei de você. Ótima escolha de palavras. 
Ed e sua mãe saem do escritório, aquele com uma cara não muito agradável e esta com um belo sorriso, como se tivesse ganhado algo. Fico pensando sobre o que eles falaram por lá. 
-Já que os convidados de honra já chegaram, vamos começar o jantar. -A mãe de Ed disse. 
Levanto-me do sofá e pergunto a Ed onde é o banheiro para lavar as mãos antes de começar, mas antes que ele possa dizer Amanda surge do nada e me segura pelo braço como se fossemos amigas há anos. 
-Deixa que eu a levo, conheço essa casa como a palma da minha mão. Em breve você vai conhecer também. 
 Ela vai me levando por um emaranhado de corredores até que chegamos ao banheiro. 
-Olha sei que o Ed deve ter feito a minha caveira por tudo que aconteceu com a gente, mas eu quero que você saiba que estou feliz do jeito que estou. Não tenho ressentimentos e não vou atrapalhar o namoro de vocês. -Ela termina de lavar a mão e retoca o batom. -Para falar a verdade estou ótima sem as chatices do Ed, nossa como ele era pegajoso. Foi por isso que o traí, sério, não sei se ele já começou a fazer isso com você, mas pode apostar que uma hora ele irá e é aí que você cansa. 
Ela só o traiu quando começou a cansar dele, enquanto eu o traí ainda o amando, consigo ser pior do que ela. Que tipo de monstro eu sou? Machucando alguém tão fofo como o Ed. 
-Bom, só queria que soubesse que não tenho planos de acabar com o amor de vocês. -Ela diz rindo. -Espero que sejam felizes. Mas confesso que só aceitei o convite para ver quem era a minha substituta, estou feliz, ele não me trocou por uma baranga. 
-Obrigada, eu acho. 
Mesmo tendo estendido uma bandeira branca e ter sido convincente não acho que Amanda esteja assim tão de bem com a vida, ela plantou uma semente em mim, uma semente que pode estragar todo o futuro da minha relação com o Ed.

Depois de transar com o Tadeus, uma crise de consciência toma conta de mim e mando ele ir para o seu quarto e não falar mais comigo durante um bom tempo, até que eu possa colocar meus pensamentos em ordem. 
Ed não vem para o hotel, pois está preparando tudo para o jantar na sua casa. Tão cuidadoso e prestativo, enquanto a namorada o traía com o primo dela. Mas ela é uma puta, disso ele sempre soube, pois foi assim que ele a conheceu, sendo uma puta. Velhos hábitos não saem assim tão fácil. 

                                                                           # 

Olho-me no espelho e já não vejo mais a vadia, só vejo uma garota londrina comum. Dou uma volta e o vestido se mexe junto comigo dando uma aparência mágica a essa garota totalmente sem magia que sou. Ouço alguém bater na porta e vou atender, Ed me olha e fica parado na porta. Depois olha para si e abaixa a cabeça. 
-Se eu soubesse que estaria assim tão linda teria me produzido mais. -Olho para ele e dou um sorriso. 
-Você não precisa de nada para ficar lindo, só basta ser você. Podemos ir já. -Ele segura a minha mão e dá uma risada. 
-Parece que alguém aqui está bem nervosa, já pode parar de tremer e suar. Eles estão numa euforia só para te conhecer. Minha mãe até falou que convidou uma pessoa especial para te conhecer, deve ser a minha avó. Você vai adorá-la. 
Ed continua falando sobre o jantar e às vezes presto atenção, mas em grande parte só penso no que fiz com ele, na traição. Se devo contar ou não. Abro a boca várias vezes decidida a contar, mas a empolgação de Ed não me deixa, então continuo a sorrir para ele e deixo a oportunidade passar, mas tenho planos de não deixá-la passar por muito tempo. 
Paramos em uma casa enorme, ocupa quase um quarteirão inteiro, olho em volta e depois para Ed. 
-Sim, é aqui que eu moro. Sei, é bem extravagante, não precisa de tudo isso. Já falei para os meus pais, mas eles não parecem ouvir. Vamos entrar. -Ele segura a minha mão e me leva para dentro do seu “palácio”.
Chegamos à porta, Ed procura a chave, mas alguém abre. Uma mulher muito linda, com um vestido um pouco apertado, mostrando suas curvas e pernas torneadas. Seus olhos castanhos lembram muito os meus, mas seus cabelos são pretos e ela tem um leve ar arrogante. Penso que pode ser a mãe do Ed, mas vejo que ela é muito nova, quem ela seria? 
Olho para o Ed que está estático olhando para ela. 
-O que foi Ed? Não vai me apresentar para a sua nova namorada? 
-Quem é ela? -Sussurro para ele. 
-Angel, essa é a minha ex-namorada. -Então olho para a garota. O que ela faz aqui? Se antes eu já não gostava da ideia do jantar, agora eu não gostava duplamente.

Chego no hotel e vejo que Tadeus não está lá, agradeço aos céus por isso. Sento na varanda e fico olhando a rua e as pessoas nela. Antes tudo o que eu queria era uma vida normal, sem enfrentar os problemas de ser uma garota de programa, agora que não passo mais por isso não me sinto feliz, o que de verdade eu quero?
Eu realmente amo o Ed, sei que já repeti isso várias vezes, mas é para ter certeza do que estou falando e não apenas me iludindo. Ed foi o homem que mudou a minha vida, foi ele quem realizou os meus sonhos e sou muito grata e feliz por isso, não quero magoá-lo e é por isso que tenho que pensar bem antes de tomar qualquer decisão.
Tadeus surgiu na minha vida de repente, apenas como uma lembrança e logo depois como um amigo, foi ganhando espaço no meu coração e mesmo que eu o odeie, é um ódio diferente, talvez um ódio misturado com amor? Talvez esse amor seja apenas um sentimento banhado pela nostalgia que estar ao seu lado me dá.
Levanto-me e vou tomar banho, fico pensando sobre tudo e tentando encontrar uma resposta e nem percebo que Tadeus chegou até que ele bate na porta do banheiro.
-Julie, achei que você fosse demorar. -Paro o banho e pego a toalha.
-Fui conversar com uma amiga, precisava disso. Se não se incomoda, estou tomando banho será que dá para conversarmos outra hora?
-Claro. -Fico em silêncio e ouço os passos dele.
Ótimo, ele foi embora, posso voltar para o meu banho.
Terminado o banho vou para o quarto me trocar. Tomo um susto, pois Tadeus está lá sentando na cama, com uma calça apertada e uma camisa que mostra os seus músculos. Meus olhos ficam fixos em seu abdômen e começo a imaginar como ele é nu, minhas bochechas ruborizam e mudo a minha visão.
-Eu achei que tivesse dito que conversaríamos outra hora. Será que dá para sair do meu quarto? -Digo friamente.
-Não, não dá. Só vou sair daqui quando você olhar para mim e falar direito, parando de me tratar como um cachorro vira-lata. Tudo bem, eu entendi que você ama o Ed e que me odeia, não vou mais tentar nada com você, pode ficar tranquila. -Vejo o arrependimento em sua voz.
-Não te odeio. Só não gosto desse seu jeito arrogante de ser quando acha que só você pode me fazer feliz, quando não é bem assim. Certo, você foi o meu primeiro amor, mas eu não lembro dele e agora meu coração pertence ao Ed. -Ele ri.
-O que foi? Contei alguma piada? -Ele nega com a cabeça.
-É que quando você fala parece que está tão certa de si, mas os seus beijos não falam isso. Seu corpo anseia pelo meu, mas já que quer se enganar o problema é seu.
Ele se levanta e ajeita a camiseta, deixando os seus músculos bem mais a mostra. Seus passos até a porta são lentos e suas palavras rondam minha cabeça.
-Tadeus! -Ele vira e olha para mim, a toalha cai no chão e ando em sua direção. Sei que estou prestes a fazer uma loucura, mas preciso saber se estou realmente me enganando. -Quero que me prove que estou enganada.
Nossos lábios se tocam e depois somos dois corpos sedentos, ele beija o meu pescoço e clavícula e vai descendo cada vez mais. Minhas mãos passam por seus cabelos e dou leves gemidos de prazer. Ele fica despido e admiro o seu corpo, tão lindo quanto o do Ed. Depois de alguns minutos estou deitada sobre ele e nossas respirações combinam os movimentos.
-Então, consegui provar que está errada?
Meu coração diz que sim, mas ao mesmo tempo diz que o Ed é melhor. A única coisa que consigo dizer é:
-… -Nada, o silêncio impera em mim.
on sábado, 2 de março de 2013

No dia depois das compras, eu decidi ir na casa da Feist, pois só ela poderia me ajudar neste momento. Minha cabeça estava confusa sobre muitas coisas, minha vida havia mudado muito rápido e eu ainda não tinha me acostumado com essa mudança. 
-Angel! -Ela me abraçou quando me viu. -Que saudades minha filha. Como você está? Sumiu, nunca mais foi para a praça. 
-Eu deixei o emprego. -Digo brincando. -Aconteceram algumas coisas neste período que passei fora. -Conto a ela sobre o acidente e o beijo no Tadeus, o jantar na casa do Ed. 
-Vim aqui para matar a saudade, e para que você possa me aconselhar. Não sei o que fazer, eu amo o Ed, mas não posso negar que o Tadeus mexe comigo. Eu já me peguei sonhando com ele, e em situações que não gosto de pensar. 
Feist arruma a sua postura e sei que ela está tomando a posição de mãe neste momento. A minha mãe das ruas.
-Angel, esse é um problema que só você pode resolver, eu posso te aconselhar dizendo que o Ed é o homem certo para você, mas não vai contar porque eu não conheço o seu primo, e vou estar colocando a minha vontade aí. Só você pode ver o que é bom para você. -Ela segura a minha mão. -Pensa direito, pois você não vai encontrar outro homem como o Ed. 
-Eu sei disso, não quero magoá-lo, ele não merece isso, mas e se eu só estiver com o Ed por isso, por não querer magoá-lo, já que ele me ama tanto? 
-Você acha que não o ama? 
-Não, eu o amo, mas eu posso estar confundido as coisas não é?! -Pergunto indecisa.
-Não, a gente nunca confunde o amor, esse sentimento é inconfundível. 
-Mas não é só isso que está me deixando preocupada, é o jantar na casa do Ed, acho que os pais dele não vão gostar de mim, ainda me comporto como uma garota de programa, ontem uma mulher me expulsou da loja só pelo jeito como eu estava. Imagina num jantar onde eu vou começar a conversar com as pessoas. Não vai dar, eu não posso ir. 
-É claro que você pode, você sempre ficou dentro de casa com medo do que as pessoas iam falar de você porque era uma prostituta, agora que não é mais ainda vai continuar com esse medo? E se eles não gostarem de você? Dane-se, o que importa é que o Ed gosta, você não vai namorar os pais dele, e sim ele. -Mas é importante que os pais dele aprovem.
-Aprovar? Angel em que século sua mente vive? Não existe mais isso. -Ela olha para mim e respira fundo. -Estou começando a achar que você está arrumando desculpas para não ir. Está pensando em desistir do Ed? 
-Não! Nunca. 
 -Pois não parece, Angel, por favor, não vai fazer nenhuma besteira está bom? Eu te amo tanto, mas não vou passar a mal na sua cabeça se você cometer um grande engano e machucar o Ed.
-Feist, eu não vou fazer isso. -Prometo a ela, jamais ia conseguir machucar o Ed. 
-Espero mesmo. -Abraço-a e seguro suas mãos. -Passa o dia hoje todo pensando nos momentos em que o Ed te ajudou e depois pensa nos momentos em que o seu primo te ajudou, qual é o momento que mais te marca? Não precisa responder, só você precisa saber dele. 
-Obrigada Feist, eu sabia que se eu viesse falar com você ia ficar mais calma. 
-Tudo bem, querida, sempre que quiser pode voltar. E é bom voltar logo, quero saber sempre como você está.
Ela me lança um sorriso maternal e a abraço mais uma vez, agradecendo a Deus por ter colocado essa mulher na minha vida. 
Saio do prédio de Feist e penso, espero voltar da próxima vez com essa dúvida da minha cabeça solucionada, pois os melhores momentos que tenho são com os dois, ainda estou dividida, quem eu devo amar?

Ed marcou o jantar com os seus pais na sexta, ou seja, tenho dois dias para me preparar e essa é a desculpa que eu precisava para não passar a tarde em casa com Tadeus.
Sai do hotel e fui direto para a lojas comprar roupas para mim, Ed havia deixado dinheiro, por mais que eu insistisse que não, para eu comprar roupas novas. Entrei em um loja e a atendente veio com um risinho estranho na boca. 
-Posso ajudar? 
-Eu queria dar uma olhada em alguns vestidos, será que você poderia me mostrar. -Ela olhou para mim com desdém e disse: 
-Antes que eu perca meu tempo com você, vou dizer de uma vez, essa loja não é para você. -Olhei indignada com o que ela estava dizendo. -Você não vai conseguir pagar nada daqui, então é melhor sair daqui antes que eu chame os seguranças. 
-Mas eu vou comprar. 
-Ah vai? É o que todos dizem, provam meia dúzia de roupas e depois saem sem nada nas mãos. Só me fazendo perder tempo, eu conheço o seu tipo, não adiantar negar, agora será que dá pra dar o fora daqui? - Ao ouvir aquelas palavras meu corpo todo esquentou e me segurei para não bater na atendente, as coisas só iriam piorar se eu não me segurasse.
-Olha aqui sua estúpida, eu até pensava em comprar aqui, mas depois dessas ofensas a única coisa que pretendo fazer aqui é processar. -Pego a carteira dentro da minha bolsa e mostro as várias cédulas de 500 euros, a vendedora olha embasbacada. -Não preciso do seu bom atendimento, e pode continuar assim, tenho certeza de que você vai longe aqui na loja. Só lembra de uma coisa, você é apenas uma empregada, não é a dona da loja. 
Então saí, ouvindo os pedidos de perdão da vendedora. Fingi não estar machucada durante o resto do dia, mas no fundo eu estava, mesmo aquela mulher sendo uma filha da puta preconceituosa, ela estava certa, não importa se sou ou não uma garota de programa, eu sempre vou me comportar/ agir como uma. 
E esse jantar na casa do Ed só vai afirmar ainda mais isso, vou ser mais uma vez humilhada em público e não estou pronta para isso, não vou aguentar.

Os segundos que se passaram durante o término do beijo e a virada que demos para ver o que era foram mortais, mas logo depois tudo passou. Era apenas o serviço de quarto trazendo o café da manhã. Minhas pernas pararam de tremer e meu coração começou a acalmar-se. Depois de agradecer pelo café e, subliminarmente, atrapalhar o beijo, voltei para a sala. 
-Você nunca mais faça isso, não quero que o Ed nos pegue assim e pense que sou uma vadia qualquer. Eu realmente o amo e pretendo viver com ele, goste você ou não. Da próxima vez que você tentar fazer com que Ed e eu terminemos você vai se dar muito mal Tadeus. 
-Desculpa, só faço isso por que te amo, é difícil para mim ver você com esse cara, ele não te conhece como eu. - Em seus olhos encontrei suplicas.
-Eu não me conheço! Não sei direito quem eu sou, do que eu gostava antes do acidente, do que não gostava. Sou uma incógnita para mim mesma. - Meus olhos encheram-se de lágrimas e tentei afastá-las, pois não queria chorar ali, na frente dele.
-Então deixa eu te mostrar quem você é. Fica comigo Julie. 
-Eu já disse que meu nome não é Julie. -Então empurrei Tadeus para longe de mim, eu já não estava mais aguentando-o, ele estava arrogante, achando que só ele poderia me fazer feliz. 
Virei-me para ir em direção ao quarto quando vi Ed levantar, ele sorriu ao me ver e me beijou. 
-Pedi um café da manhã para nós dois. - Disse apressadamente, antes que ele pudesse fazer alguma pergunta.
-Que ótimo, estou morrendo de fome. -Ele olhou para mim e riu. -Minha camisa realmente fica melhor em você. 
Nós tomamos café juntos, Tadeus evitou a sua presença o que foi ótimo para mim. Não sei como iria ficar o resto do dia com ele aqui. 
-Sabe o que andei pensando ontem à noite? Que tal se você fosse na minha casa? -Olhei sem entender o que ele quis dizer. -Digo, num jantar para conhecer os seus sogro e sogra. 
-Você quer me apresentar para a sua família? -Digo assustada. 
-Isso mesmo, e não vou aceitar uma recusa, não tem mais a desculpa da garota de programa e tal, pois você agora não é mais isso. Não precisa ter medo, meus pais não são as piores pessoas do mundo, são de longe as melhores, mas não são ruins. O que me diz? 
-Eu não sei, estou com um pouco de medo do que eles vão dizer, e se não gostarem de mim? 
-Impossível, você é linda, educada, charmosa e muito simpática. Vamos, não precisa ficar receosa, faz isso por mim. -Ele fez uma cara de gatinho pidão e não pude resistir. 
-Tudo bem, mas se eles não gostarem de mim não posso fazer nada. 
-Ele vão gostar de você, pode apostar.
on quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

O dia amanhece e vejo Ed ainda dormindo ao meu lado, aperto em seu peito e olho para a grande janela do meu quarto. Vejo Londres amanhecer, respiro fundo e lembro de algumas semanas atrás, quando eu ainda era uma garota de programa perdida na vida. Tanta coisa mudou, jamais pude imaginar que estaria em um hotel de luxo, deitada com um homem por amor, e com uma família para chamar de minha. 
Levanto-me e vou para o telefone pedir um café da manhã, entro no chuveiro e tomo um ótimo banho. Visto uma camisa do Ed e vou para a sala esperar o café da manhã, vou com calma para ter certeza de que Tadeus ainda dorme, e confirmo. 
Fico na varanda olhando um dia de sol se formar, o inverno está acabando, assim como o tempo nebuloso da minha vida. Alguém se aproxima de mim, e me preparo para abraçar achando que é o Ed, mas vejo Tadeus. Sem camisa e com uma calça de moletom, ele olha para o meu corpo e minhas pernas descobertas.
-Bom dia. -Ele sorri mostrando um belo sorriso. 
-Bom dia. -Digo desanimada e tento sair da varanda, mas ele impede minha passagem. -Sai da minha frente eu estou esperando o café da manhã. 
-Por que está me evitando? Foi apenas um beijo, não era você que estava disposta a esquecer? Julie, não adianta mentir, eu sei como isso mexeu com você. 
-Não mexeu em nada, eu amo o Ed e tenho certeza disso. 
-Esse cara? Tudo bem ele te ajudou a nos reencontrar e sou grato a ele por isso, mas será que você não tá confundindo os sentimentos? Será que você não sente só gratidão por ele e não amor? -Ele fica o tempo todo me encarando e baixo os olhos, mesmo sabendo que isso mostra o quanto sou fraca. É apenas um hábito que peguei dos meus tempos de garota de programa. 
-Não estou confundindo nada eu realmente o amo, e não adianta você tentar me confundi, pois não vai funcionar. 
-É mesmo? E se eu fizer isso! -Ele então me beijou intensamente e não consegui me soltar, bati em seu peito, mas ele me segurava com força. Suas mãos levantaram a camisa do Ed e depois pararam no meu bumbum. 
Então nós ouvimos um barulho na porta, eu havia sido descoberta só podia ser.

Tento afastá-lo, mas parece que o meu corpo não quer isso, é como se o passado agora tomasse conta do meu corpo e gostasse do que Tadeus faz, mas minha consciência é contrária a isso, ela só pensa no Ed e em como ele é bom e perfeito para mim. 
Então eu grito, com toda essa confusão em minha mente, Tadeus me solta assustado. Corro para o meu quarto e tranco-me lá. Sento na cama e começo a chorar, lágrimas de arrependimento por ter beijado o Tadeus, por ter gostado de tudo isso. 
Eu ainda amo o Ed, mas não posso negar que estou um pouco mexida com o beijo do Tadeus. 
Passo o resto do dia dentro do quarto, agora eu realmente devo ficar aqui e não me mexer, posso piorar ainda mais as coisas. A noite Ed chega e ao ouvir a voz dele, abro a porta correndo e o abraço, o mais forte que posso e segurando as lágrimas. 
-Nossa, o que houve? -Não digo nada, apenas fico calada respirando o seu perfume. -Angel, o que houve? -Levanto o rosto e lhe beijo. 
-Nada, não houve nada, só estava com muita saudade. -Ele segura a minha mão e senta comigo no sofá, então vejo Tadeus a nossa frente. Os olhos dele olham para todos os lugares possíveis, menos para nós.
-Então como foi o dia? -Ed olha para mim e Tadeus. -Fizeram algo legal? 
-Não! -Respondo rápido. -Foi uma tarde normal e entediante. 
-Ok. O que nós podemos fazer aqui? -Seguro ele pela mão e o levo para o meu quarto. -O que deu em você, o seu primo está aí. 
-Eu sei, e o que é que tem? Nós não vamos fazer nada de errado.
Deito na cama e puxo o Ed para deitar junto comigo, não quero sexo, apenas quero sentir o corpo dele ao meu lado e ver que ele ainda me ama, me ama mais do que tudo. 
Sim, penso em contar para ele, mas logo depois desisto. Sei que guardar mais segredos do Ed vai complicar a minha vida, mas esse eu pretendo nunca revelar, pois sei que vai magoá-lo mais que tudo. 
-Ed, eu te amo. -Viro-me e fico de frente para ele. -Mais do que tudo na minha vida. 
-Eu também te amo Angel. -Ele me beija e vai me acariciando, então vamos tirando nossas roupas, ficamos nus e nos entregamos a esse amor. As carícias de Ed e os seus beijos me fazem ter a certeza de que ele é o homem da minha vida, não importa o empecilho. 
É ao lado dele que quero passar o resto dos meus dias.
on sábado, 26 de janeiro de 2013


Ed me deixou no hotel e foi para a faculdade, passei a tarde deitada na minha cama evitando o máximo de contato com o Tadeus e ele parecia evitar também. Até que eu resolvi quebrar esse clima ridículo, Tadeus e eu éramos e somos amigos, nada mudou. 
-Tadeus? -Ele olhou para mim. -Vamos acabar com isso, você sabe, esse clima estranho. Somos primos e amigos, não podemos ficar em silêncio para sempre. Você gosta de mim... -Ele ri, me interrompendo. 
-Gostar não define bem o que sinto.
-O.K. Você é apaixonado por mim, eu já fui apaixonada por você, mas o tempo passou e eu não lembro desse sentimento, podemos esquecer tudo isso e continuarmos com nossa amizade, pois isso eu não quero nunca esquecer. 
-Para você é fácil falar assim, perdeu a memória, mas eu ainda tenho esse sentimento aqui dentro de mim, mesmo depois de todos esses anos. Você acha que eu realmente gosto de sofrer? Não, adoraria pensar em outra pessoa, mas não consigo. 
-Tadeus, talvez o destino não quisesse que ficássemos juntos por isso fez com que eu sumisse. 
-Mas ele está nos reunindo outra vez. -Ele se aproximou de mim e nossos rostos ficaram próximos. -Deixa eu te fazer lembrar do passado, prometo que não vai doer, são boas lembranças. -Afasto-me e respiro fundo. 
-Não, não vou trair o Ed, nunca vou conseguir fazer isso. -Ele segurou o meu braço e me puxou para perto de si. -Para Tadeus, isso não é brincadeira, não posso trair o Ed, não é justo com ele. 
-E comigo? É justo me fazer sofrer desse jeito? Eu te amo Julie. 
-Não me chama desse jeito. Meu nome é Angel! 
-Seu nome é Julie e é assim que vou te chamar, por que você é e sempre será a minha Julie, a garota por quem sempre fui apaixonado. 
Antes que eu pudesse falar algo seus lábios encostaram-se aos meus, era diferente do beijo do Ed, muito diferente, mas não era ruim, seus lábios são macios e... o que estou fazendo? Empurro-o e corro para o meu quarto, mas ele para na minha frente e me beija novamente. Ele me solta e sussurra: 
-Não podemos fugir do passado, ele sempre vem para nos atormentar.

Uma semana depois

Finalmente recebi a minha tão sonhada alta, Ed estava lá para me receber enquanto Tadeus estava no hotel arrumando tudo para a minha volta. 
Antes de sairmos do hospital decidi fazer uma coisa e Ed concordou. Paramos na frente do quarto do Chad e disse para o Ed ficar. 
-Quero falar com ele sozinha. É um assunto nosso. 
Ele assistia TV, ao me ver fingiu que eu não estava ali. 
-O que foi? Veio me humilhar pelo meu estado? -Disse sem olhar para mim. 
-Ao contrário, mesmo depois de tudo o que fez vim aqui dizer que tem todo o meu apoio para o que precisar. 
-Apoio? Humf! Como se isso ajudasse alguma coisa, eu quero e preciso de pernas novas, quero andar! -Ele gritou. -Não quero a merda do seu apoio. Por que você se safou e eu tenho que pagar? Sou um homem rico e você é apenas uma prostituta. 
-Judas depois que entregou Jesus estava rico e o que aconteceu a ele? E Maria Madalena era uma prostituta e como ela terminou? Não é a sua condição de vida que te faz merecedor de algo e sim o seu caráter. Não estou aqui para te julgar, mas também não vou passar a mão na sua cabeça e dizer que você é um coitadinho. Se hoje você é paraplégico é por inteira e completa responsabilidade sua, por causa desse seu ego enorme. A única coisa que pode fazer é erguer a cabeça e lutar para provar a todos que mudou.
Eu não pensei em nenhum instante, apenas fui deixando as coisas saírem. Eu não estava lá para ser cordial e boa, queria que dessa vez ele tomasse uma dose de realidade e assim, quem sabe, aprendesse algo com isso tudo.
-Sai daqui, ainda não sou esse tipo de ser humano, capaz de ouvir conselhos de uma vadia. Quem sabe daqui a alguns anos? Volta e vem falar comigo. Agora vaza vadia! -Mesmo sabendo que ele me odiava eu sabia que havia conseguido tocá-lo. 
Em seus olhos eu via uma ponta de esperança de que quando eu voltasse em alguns anos ele me receberia de pé e andando e é isso que espero que aconteça. Chad não merecia isso, mas já que recebeu espero que saiba passar com garra e que carregue todas as lições que vai aprender por toda a vida. 
-Como foi? -Ed pergunta. 
-Bem, não foi a conversa mais agradável que tive, mas com certeza foi a mais marcante, para nós dois. 
-Agora que estamos só, você pode me explicar o motivo real do Chad ter tentado te matar? 
Então abri o jogo com ele, contei que o Chad havia sido o cliente que tinha batido em mim, contei porque tinha medo de contar a ele e a polícia, o resto ele ligou. 
-Não consigo acreditar que esse Chad é o mesmo que conviveu comigo durante a infância, ele não parecia em nada com esse. 
-Às vezes o tempo é capaz de mudar muito as pessoas, às vezes em muito tempo, outras em segundos, nós só temos que perceber e saber como lidar com as mudanças. 
-Falando em mudança preparada para mais uma? Morar com o seu primo? 
Não, eu não estou. 
Desde o dia em que Tadeus disse que estava apaixonado por mim não toquei mais nesse assunto e não pretendo tocar, mas ficar esse tempo com ele não vai ser fácil para evitar o assunto.

Abri meus olhos e o sol já estava claro, dessa vez ao meu lado estavam Ed e Tadeus a adição desse me fez sentir estranha, não era ruim, só era estranho ter mais alguém. 
-Como está se sentindo meu amor? -Tadeus olhou estranho para o Ed ao ouvi-lo falando daquele jeito. Aquele reação não era a esperada, ainda mais depois da minha lembrança.
-Bem melhor, ainda dói em alguns lugares, mas já sinto minha perna. Quanto tempo se passou desde o meu desmaio até agora?
-Dois dias. -Tadeus respondeu. Fico surpresa de ver o quanto dormi. 
-Nossa, tudo isso. E como está o Chad? -Ed abaixou a cabeça e eu já sabia o que aquilo significava. -Ele morreu? 
-Não, mas ele não teve a mesma sorte que você, o caminhão acertou o lado dele em cheio. -Ed respirou fundo. -Ele está paraplégico. 
-Mas ele já acordou e recebeu a notícia? -Ed afirmou. 
-Foi ontem, eu estava presente. Por mais que a culpa tenha sido inteiramente dele e eu estar com muita raiva dele, foi difícil vê-lo sofrendo daquele jeito. Espero que ele supere tudo e aprenda alguma lição com tudo isso.  -A voz do Ed estava carregada e percebi ali que ele estava se segurando, desde o momento em que recebeu a notícia com Chad, para não chorar.
-Eu também espero. 
-Vou chamar o médico, você pode ficar aqui com ela Tadeus? 
-Claro. 
Ed saiu da sala e me deixou sozinha com Tadeus. Fico em silêncio sem saber o que dizer, minha mente está confusa com tudo e o fato de Tadeus estar próximo a mim não está ajudando. 
-Fiquei preocupado com você, sabe o quanto é importante para mim. -Dou um sorriso sem graça. -Julie, preciso te dizer algo... 
-Não precisa, eu já sei, na semana que passei na sua casa eu lembrei de algo. -Ele olhou espantado para mim. -Nós eramos pequenos e você estava dizendo que me amava, isso não foi o mais constrangedor, o pior foi eu ter te beijado. -As imagens da lembranças aparecem em minha mente, e sinto minha bochecha ruborizar.
Um silêncio tomou conta de nós dois. Até que ouvi a respiração dele e logo depois um suspiro, pesaroso ele disse: 
-Isso foi dias antes de você desaparecer. -Lágrimas escorrem dos olhos dele. -Mas já faz muito tempo e sei que agora você tem o Ed, mas só posso dizer que ainda te amo, e sempre vou amar, espero que um dia você aceite e desperte esse amor por mim também. 
-Tadeus, não vai acontecer, o meu coração só pertence e só vai pertencer ao Ed. É por ele que sou apaixonada e não há nada que possa mudar isso. 
-Aqui está ela doutor. -A voz do Ed nos assustou e mudamos de assunto. 
Tadeus ainda é apaixonado por mim, Chad está paraplégico o que mais pode acontecer para que voltar a dormir seja uma boa opção?